Mais da metade dos profissionais têm menos de 55 anos
Em duas décadas, o Brasil mais que dobrou a densidade de médicos no país. Esse quadro é consequência da abertura de novas vagas de graduação, entrada de médicos estrangeiros, prolongamento do tempo de atividade e adiamento da aposentadoria. É o que revela a “Demografia Médica 2023”.
Essa expansão impactou a densidade de médicos no país e permite comparar a realidade brasileira com a de países desenvolvidos. Conforme relatório, no início dos anos 2000 existiam 1,29 médicos por mil habitantes. Atualmente, a proporção é de 2,6 profissionais, similar ao Japão (2,6) e próximo dos Estados Unidos (2,64) e Canadá (2,77).
Médicos por habitantes
Em decorrência da abertura de cursos e vagas nos últimos anos, em 2021 o Brasil passou a ter uma taxa de 11,75 médicos graduados para cada 100 mil habitantes, um patamar próximo ao da Finlândia (12,19), Suíça (12,91) e Alemanha (12,03).
Vale ressaltar que esse aumento significativo da relação médicos/habitantes nas últimas duas décadas não expressa a distribuição heterogênea de profissionais no território brasileiro. Pelo contrário, esconde uma grande desigualdade na concentração de médicos que se concentram mais nas regiões Sul e Sudeste do que no Norte e Nordeste do país.
Faixa etária
A média geral de idade dos médicos no Brasil vem declinando nos últimos anos. Em 2022, apenas 28% deles tinham mais de 55 anos, evidenciando uma profissão relativamente jovem e com tendência para a maior presença feminina.
Em contrapartida, Itália e Estados Unidos têm mais da metade dos profissionais acima de 55 anos. Esse indicador é importante porque permite mostrar se o número de médicos em formação será suficiente para substituir o contingente que se afasta do mercado de trabalho, devido à aposentadoria, óbito ou por outro motivo.
Esse cenário dependerá da manutenção da política de abertura de cursos e vagas de medicina, o que implicará em maior ou menor entrada de médicos jovens.