Médicas serão maioria no país.

Médicas serão maioria no país até 2035

A forte presença feminina já começará a ser mais evidente em 2024

Médicas serão maioria no país até 2035. Esse é um dado divulgado pela Demografia Médica no Brasil 2023*, ao qual aponta que o país terá mais de um milhão de médicos em atividade até 2035, consequência da ampliação da oferta de vagas para o curso de medicina no país.

De acordo com a pesquisa, as mulheres jovens serão a maioria nesse quadro e essa realidade começa a ganhar notoriedade a partir de 2024.

A pesquisa aponta que em 2009 existiam aproximadamente 133 mil médicas no país, ao passo que em 2022 já somavam 260 mil, quase o dobro em 13 anos.

Já o número de médicos cresceu 43%, demonstrando um crescimento inferior ao gênero feminino.

Quando se trata da projeção entre 2023 e 2035, o crescimento previsto entre as médicas será cerca de 118%, enquanto, entre os homens, será de 62%.

Evolução do número de médicos no Brasil entre 2009 e 2022. Médicas serão maioria no país.

Fonte: Scheffer M. et al., Demografia Médica no Brasil 2023
Evolução do número de médicos no Brasil entre 2009 e 2022 e projeção para o ano de 2035

Esse cenário mostra que a luta das mulheres para ocuparem espaços e se consolidarem nas carreiras tem gerado efeito na área da saúde, em especial em uma profissão que é uma das dez mais procuradas pelo país, de acordo com o Ministério da Educação (MEC).

Quando se trata de faixa etária, até 2035, 85% dos médicos e médicas do país terão entre 22 e 45 anos de idade. Desses, 70% das mulheres terão até 40 anos, enquanto 60% dos homens terão essa faixa de idade. Isso imprime uma realidade de que teremos um quadro de jovens médicas à frente da saúde dos brasileiros.

Fonte: Scheffer M. et al., Demografia Médica no Brasil 2023
Evolução do número de médicos no Brasil entre 2009 e 2022 e projeção para o ano de 2035

Desigualdade de distribuição na medicina

Por outro lado, tudo indica que a desigualdade entre médicos alocados pelo país continue sendo um imbróglio na saúde pública do país. 

Esse desequilíbrio geográfico de médicos é um problema mundial. No Brasil, em específico, a escassez se concentra especialmente nas cidades distantes dos grandes centros urbanos e nas periferias, especialmente nas regiões Norte e Nordeste.

Os estados da região Sul (RS, PR e SC), região Sudeste (RJ, SP, MG e ES), Nordeste (Paraíba), além do Distrito Federal, terão mais médicos por mil habitantes do que a taxa mundial. Esses estados concentrarão mais de 70% do total de médicos do país.

Por outro lado, os estados da região Norte (Amapá, Roraima, Amazonas, Acre e Pará) e Nordeste (Maranhão) deverão ter as menores densidades, abaixo da metade da taxa nacional. Nessas regiões estarão pouco menos de 5% dos médicos.

O que vem chamando atenção dos gestores em saúde, são os chamados vazios assistenciais (não suprir as principais necessidades de saúde da população).

Ou seja, áreas desassistidas ou desertos médicos, que configura o fato dos médicos passarem muito tempo em deslocamento – até mesmo horas – para chegar ao trabalho.

A desigualdade regional alarmante de médicos no Brasil faz refletir sobre a necessidade urgente de políticas públicas no país a fim de minimizar o déficit desses profissionais e equipes de saúde, em áreas carentes desse direito. Para saber mais, acesse o documento completo aqui.

*A projeção foi executada, no âmbito do projeto PROVMEDA, de acordo com pesquisa entre a Universidade de São Paulo (USP), Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e Ministério da Saúde (MS).

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