8 de 55 campos de atuação representam mais da metade do total de registros de especialistas no país
Clínica médica, pediatria e cirurgia geral são as especialidades médicas com maior número de registro de especialistas na medicina. É o que aponta a Demografia Médica do Brasil (DMB) 2023, estudo conduzido pelo Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).
De acordo com o estudo, existem 56.979 médicos registrados em clínica médica, seguida de pediatria (48.654), cirurgia geral (41.547), ginecologia e obstetrícia (37.327), anestesiologia (29.358), ortopedia, traumatologia (20.972), medicina do trabalho (20.804) e cardiologia (20.324). Ao todo, as oito especialidades listadas representam mais da metade (55,6%) do total de registros de especialistas.
Especialidades em baixa
O estudo indicou, ainda, os dez campos de atuação menos buscados pelos profissionais da medicina. São eles: genética médica, medicina de emergência, radioterapia, medicina física e reabilitação, medicina nuclear, cirurgia de mão, cirurgia torácica, medicina esportiva, cirurgia de cabeça e pescoço, patologia clínica/medicina laboratorial.
Ao todo, essas especialidades somam 2,3% do total de médicos, ou seja, 10.984 médicos atuam nessas funções. De acordo com os dados demográficos do estudo, dos 495.716 médicos registrados com títulos de especialistas, 57.477 profissionais (11,6%) estão com mais de um CRM. Isso significa que eles podem exercer a profissão em mais de uma Unidade da Federação.
Evolução do número de especialistas
Os dados da DMB também mostram que o número de registros de especialistas no país passou de 268.218, em 2012, para 495.716, em 2022, um aumento de 84,8%. Além disso, ao longo dos últimos dez anos algumas áreas pelo menos dobraram o número de especialistas, é o caso de clínica médica, medicina da família e comunidade e radiologia e diagnóstico por imagem. Entre as especialidades que apresentaram entre 80% e 100% de crescimento estão: ortopedia e traumatologia, cirurgia vascular, endocrinologia e metabologia.
As especialidades que apresentaram menor crescimento relativo – variando entre 20% e 50% em uma década – foram ginecologia e obstetrícia, acupuntura, medicina preventiva e social, cirurgia pediátrica, cirurgia cardiovascular, medicina física e reabilitação e homeopatia.
A única especialidade que apresentou declínio (de 2,4%) na série histórica foi patologia clínica e medicina laboratorial, cujo número de especialistas diminuiu de 1.617 para 1.578.
Especialistas, segundo gênero
O estudo aponta que os homens são maioria em 36 das 55 especialidades médicas e as mulheres predominam em 19 delas. Urologia, ortopedia, traumatologia e neurocirurgia são as áreas com maior predominância entre os homens (mais de 90% entre os especialistas).
Em compensação, as mulheres são maioria em dermatologia. São 8.236 médicas registradas no país, o que corresponde a 77,9% dos profissionais da área. Mas, o gênero feminino é minoria em todas as especialidades cirúrgicas, com 25% do total de registros. O índice de mulheres também é maior na pediatria (75,6%).
Outras duas áreas com maior índice de médicas são alergia e imunologia e endocrinologia e metabologia: ambas com 72,1% do corpo médico. As áreas com proporção equilibrada entre homens e mulheres são nutrologia, medicina física e reabilitação e gastroenterologia.
Para saber mais sobre o estudo, acesse o link aqui.