Fui reprovado na residência médica: e agora?

Residência médica: fui reprovado, e agora?

Falta de planejamento é o principal motivo que faz com que os médicos não sejam aprovados para o curso de especialização

Depois de 6 anos de estudo, associados a uma carga horária excessiva e incompatibilidade de tempo para conseguir conciliar trabalho e aprendizado, finalmente termina o curso de Medicina. Nessa fase, para os recém-formados, a trilha mais explorada é a residência médica, uma modalidade de pós-graduação, sob a forma de curso de especialização, voltada a médicos que pretendem impulsionar a carreira.

Para quem pensa em ingressar nesse caminho, as dificuldades são várias, entre elas a falta de planejamento e organização está em primeiro lugar, segundo uma pesquisa da Medway Residência Médica, que aponta que 73% dos recém-formados veem a rotina pesada como o principal empecilho para se dedicar à educação continuada. E, pior: para aqueles que querem ingressar na residência, o preparo envolve um concorrido processo seletivo. E, por causa do déficit do número de vagas versus a grande quantidade de recém-formados, a cada semestre é muito difícil ser habilitado de primeira. Isso é fato.

Outro fator que deixa esse cenário um pouco mais complicado é a alta demanda de candidatos para algumas especialidades médicas, mais requeridas que outras. E tem ainda a complexidade da prova, com questões que trazem à tona todas as disciplinas que foram estudadas durante os 6 anos de bancos da faculdade.

Logo, quando o médico recebe a notícia da reprovação, sentimentos de ansiedade, tristeza e indignação passam a permear o indivíduo.

E isso é muito ruim, diga-se de passagem, porque trata-se de um comportamento limitante para qualquer pessoa, e não é diferente com o médico que pretende se tornar residente. Tudo porque, do ponto de vista funcional, o medo atua no nosso cérebro para que possamos enfrentar os riscos e obstáculos do mundo à nossa volta, garantindo, portanto, a nossa sobrevivência. Contudo, para que essa tarefa emocional seja posta em prática com êxito, esse estado afetivo – e reativo – mobiliza nosso corpo para lidar com a provável ameaça. Ou seja: para o reprovado em residência médica que se sente angustiado por isso, é como se ele tivesse tomado um choque paralisante, o que dificultará muito para que ele saia dessa situação e supere as dificuldades.

Por exemplo: o inventor Thomas Edison (1847-1931) registrou, ao longo de sua vida, 2.332 patentes de várias inovações que criou. Somente para conceber a lâmpada incandescente, o gatilho necessário para os grandes e importantes avanços da ciência, industrialização, cinema, artes e outros campos do conhecimento, foram 10 mil experiências, que não deram certo. Provavelmente, você, leitor, deve estar se perguntando “e o que o Thomas Edison tem a ver com a residência médica?”. E a resposta é: “tudo”. Afinal, essa grande mente criativa nos deixou o legado que a tentativa é tão válida quanto o desfecho de uma situação.

Portanto, a reprovação na residência não pode, e não deve, em hipótese alguma, ser encarada como “o fim do mundo”. Pelo contrário: esse pode ser o momento certo para tentar de novo ou mesmo para analisar a possibilidade de trilhar outros caminhos, quem sabe uma pós-graduação, prestar um concurso público ou se matricular em um curso de capacitação, dentro do extenso leque de áreas que a Medicina oferece. Como diz Mark Zuckerberg, “é melhor tentar algo novo, vê-lo não funcionar e aprender com isso, do que não fazer nada”. 

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